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Atleta transexual é vetada de atuar no vôlei de praia feminino e disputa entre homens

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“Joguei no masculino para combater essa discriminação e para mostrar que, independentemente de masculino ou feminino, tenho talento e não vou parar”

A atleta transexual Carol Lissarassa disputou o torneio de vôlei de praia de Cruz Alta do Circuito Verão Sesc de Esportes, no último domingo (25), no masculino. A gaúcha, de 27 anos, que nasceu na cidade de Três de Maio, foi vetada de jogar no feminino na hora inscrição. No torneio, ela faz dupla com Helio Lucena.

“Fiquei indignada com a organização, porque no ano passado disputei uma etapa do Circuito Sesc e fui vice-campeã. O documento que apresentei é o mesmo que usei em todas as competições femininas que disputei até hoje, que é minha identidade social como Carolinna Lissarassa, vinculada ao mesmo número de RG do meu nome de batismo. Sempre joguei com esse documento e nunca tive resistência. Para mim, foi um ato de discriminação. Ano passado joguei e fui para o pódio. Esse ano, após todas as matérias que saíram, acho que estou sendo perseguida”, afirmou a atleta.

Em novembro de 2017, Carol Lissarassa disputou um torneio de vôlei de praia ao lado da medalhista olímpica Juliana. Neste ano, ela iria se inscrever para jogar ao lado de Grazielle Gonçalves, mas teve a documentação vetada. Ela entrou em contato com sua advogada, que procurou a organização do torneio em Cruz Alta. O jurídico da entidade informou que se a atleta quisesse participar da competição, teria que jogar no masculino.

O Sesc explicou ao site GloboEsporte.com que a mesa de arbitragem errou ao não checar direito o documento de Carol Lissarassa no ano passado e que por isso, ela teria disputado o torneio de forma irregular. “O nosso regulamento do circuito verão prevê a apresentação da documentação. Para se inscrever em qualquer modalidade tem que apresentar carteira de identidade e uma série de documentos. É à partir dessa documentação que se enquadra a categoria da atleta. No caso da Carol, ela ainda não tem a documentação feminina. A documentação da Carol ainda está no gênero masculino. Ela está no processo de transição, e por isso só poderia participar do evento na categoria masculina. Então foi uma opção dela de atuar na categoria masculina. A participação dela foi bem bacana. Somente por isso ela não pôde jogar”, explicou a assessoria de imprensa.

No vôlei de quadra, as discussões sobre a participação da atacante Tifanny, do Bauru, na Superliga Feminina, giram em torno da vantagem física que ela tem sobre as adversárias, por ter o corpo constituído como homem na adolescência. Já Carol Lissarassa teve dificuldades para atuar no masculino, pois ela já não tem a mesma força, impulso e agilidade dos homens. A atleta conta que seu time venceu cinco ou seis jogos no campeonato, mas que ela só conseguiu virar uma ou duas bolas na rede.

“Joguei no masculino para combater essa discriminação e para mostrar que, independentemente de masculino ou feminino, tenho talento e não vou parar. Se esse ato de me proibir no feminino foi uma maneira de me fazer não jogar, eles não conseguiram. Perdemos dois jogos apenas. Na semi, perdemos para os campeões da etapa em um jogo parelho”, disse Carol.

Fonte: Bahia Noticias

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