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Sete e Urso escancararam em 2016 o que muitos já sabiam; ninguém manda mais no futebol em MS

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Desde a divisão do estado em 1977, o futebol sul-mato-grossense teve hegemonias. Na 1ª década, a dupla comerário decidiu 7 vezes a competição com quatro títulos para o galo e três para o colorado.

Até o fim da década de 80, o Operário era quem mandava em Mato Grosso do Sul com sete conquistas e dois vices em nove decisões. Apenas o Corumbaense conseguiu tirar o título da capital ao bater o CAD em 84 na 1ª final do interior.

Já na década de 90, a hegemonia alternou. Operário e Comercial decidiram a competição cinco vezes. Ambos venceram três e perderam duas. Pela 1ª vez na história, um time do interior vencia um da capital em uma decisão.

O Sena de Walter Ferreira calou o Morenão ao mandar 3 a 1 para cima do galo. Em 99 o Ubiratan repetiria o feito do Sena só que bateria o Comercial.

A década marcou três finais do interior e alternância entre os campeões. Ubiratan x Naviraiense em 90, Serc x Cassilandense em 95 e Ubiratan x Serc em 98.

Na virada do século, surgiu uma nova hegemonia na capital. O Clube Esportivo Nova Esperança veio de Jardim para Campo Grande e foi a equipe mais vitoriosa da década.

Foram três títulos e um vice além de terminar três vezes entre os quatro melhores da competição. Mas a década marcou a alternância de campeões e o crescimento do interior.

Serc, Coxim, Águia Negra, Ivinhema e Naviraiense levantaram o caneco. Exceto pela Serc que conquistava o 2º título, os demais eram campeões de maneira inédita. Além dos campeões, Cassilandense, Ubiratan, Serc, Misto e Ivinhema foram vice.

2005 marcou a última disputa de título entre times da capital. O Cene superou o Operário em um campeonato disputado em pontos corridos.

Durante quatro temporadas, o interior reinou. Entre 2006 e 2009, foram três finais apenas com times do interior. De 2010 para cá, a capital voltou a estar presente em decisões.

Foram três finais de Cene e Comercial. O furacão amarelo conquistou o título nas três oportunidades e o colorado em duas. Exceção foi em 2012 quando o Águia Negra bateu o Naviraiense em mais uma final do interior.

2016 marcou dois campeões inéditos, um na série A e outro na B. Sete de Setembro e Urso escancararam para quem ainda tinha dúvida, que camisa e história não valem mais nada no futebol na hora que a bola rola.

Na série A, o Sete de Setembro liderou um grupo que tinha 4 campeões. O time que só havia se classificado uma vez para a 2ª fase, ficou a frente de Corumbaense, Ivinhema, Águia Negra e Naviraiense.

Já nas quartas de final, bateu duas vezes o bicampeão Serc. Na semifinal passou pelo maior campeão do estado Operário e na decisão venceu duas vezes o até então atual campeão Comercial.

Na série B, o Urso foi campeão deixando para trás o Coxim campeão da série A em 2006 e o tradicional União. Desde 2008, a temporada não tinha dois campeões inéditos quando o Ivinhema levou a série A e o Itaporã a B.

Se considerarmos que o Itaporã venceu no ano anterior a extinta série C que era amadora, 2007 foi o último ano que sagrou campeões inéditos com Águia Negra da A e Naviraiense da B.

Exceção feita pela década de 80, a cada Estadual que é realizado fica claro que ninguém mais manda no futebol sul-mato-grossense. É impossível apontar quem é favorito ao título por uma série de fatores.

O Estadual 2017 está para começar e não tem como cravar quem vai brigar pelo título. Os times não conseguem manter um elenco em atividade a temporada toda pela incapacidade de buscar recursos.

A Copa MS mais uma vez não foi disputada por falta de recurso dos clubes principalmente do interior. A edição de 2016 se realizada, daria ao campeão vaga na série D deste ano.

Como os clubes não se manifestaram para a disputa, Sete e Comercial serão os representantes do estado mais uma vez na competição nacional.

Na base, as exceções são os times que sempre chegam para a disputa dos títulos ano após ano. Serc, Sete de Setembro, Seduc trabalham praticamente a temporada toda.

Urso, Naviraiense e Novo também tem um trabalho por boa parte da temporada. Os demais, fazem peneiras para disputa das competições de base organizada pela FFMS.

Sete de Setembro, Guaicurus e Aquidauanense que outrora mandaram no sub-19, ano passado sequer disputaram o Estadual.

Não há sequência de trabalho e com isso, as revelações são esporádicas em clubes que promoviam jogadores para o profissional de balde.

Além de elencos quase sempre diferentes, até o momento apenas o Urso manteve o técnico de uma temporada para outra.

Sete, Comercial e Operário, apostam em nomes que deram certo em 2016 mas que começarão do zero um novo time pelos fatores mencionados acima.

O Cene que sempre era apontado como favorito ano após ano pela estrutura, planejamento e organização, hoje mora no céu. O time sequer disputou a série B de 2016 e o futuro é uma incógnita.

Sem hegemonia dentro das quatro linhas, é difícil imaginar que nos próximos anos algum time deixe a série D ou minimamente esboce um acesso.

Antes de sonharmos com o acesso, é preciso ter um norte para o futebol Estadual. Hoje a bússola está quebrada.

fonte:Futebol na Canela

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