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Conheça a promessa do basquete americano com uma feia mania: passar ‘rasteira’ nos adversários

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Tudo começou quando Grayson Allen estava no chão. Ele tinha acabado de fazer uma infiltração, mas, bloqueado pela defesa, não finalizou a jogada. Talvez irritado, talvez frustrado, o jogador de basquete da Universidade de Duke simplesmente deixou o pé e derrubou Ray Spalding, de Louisville, que partia para o contra-ataque.

Poderia ser uma exceção. Poderia. E deixou de ser porque Allen fez isso outras duas vezes e virou alvo de uma discussão no basquete universitário norte-americano: afinal, por que ele tem essa mania de passar rasteira nos adversários?

Depois de Spalding, Xavier Rathan-Mayes, de Florida State, foi derrubado. E por fim, na última quarta-feira, Steven Santa Ana, de Elon, foi levado ao chão.

As palavras para defini-lo depois de mais uma falta técnica surgiram rapidamente: “sujo”, “imaturo”, “criança”… Seu caso foi logo comparado a de esportistas de alto nível: Draymond Green (chutes) e Luis Suárez (as mordidas).

A busca por explicações, também. Enquanto alguns psicólogos sugeriram problemas mais profundos, outros que conviveram com o Allen antes sugeriram motivos mais ligados ao esporte e ao comportamento.

Ao Yahoo Sports, Jim Martin, técnico de Allen quando ele estava ainda na escola e o viu crescer como um dos mais promissores jogadores no colegial, definiu o comportamento como “bizarro” – mais novo, nunca tinha feito algo semelhante.

“Como competidor, sempre ficávamos de olho nele porque jogava com muita intensidade. Ele era o tipo de criança que você precisava chegar e dizer:’Você está levando jogo muito a sério. Vou deixá-lo no banco no próximo duelo. Acalme-se um pouco'”.

Allen jogou futebol (o “soccer” mesmo) quando era mais novo. E Martin pondera se isso também talvez não tenha influenciado. “Fico pensando se não é algo instintivo. No basquete, a falta é com os braços. De alguma maneira, ele volta a um estranho passado no futebol quando usa as pernas. Porque isso é bizarro”, declarou.

Para Brian Hoff, assistente na Providence School e uma pessoa próxima de Allen, o desafio do jogador é não ultrapassar uma linha tênue.

“Ele está passando muitas rasteiras. É uma linha tênue porque você quer que ele jogue duro, mas não ultrapasse a linha. Ele vai melhorar se esforçando o máximo que conseguir e sendo o mais agressivo possível, mas sem cruzar a linha”, afirmou.

Enquanto a discussão continua, Grayson Allen terá tempo para pensar e ser melhor orientado: ele foi suspenso por tempo indefinido pela Duke University.

“O incidente foi inaceitável e indesculpável. Ele deu importante passo ao se desculpar pessoalmente com Steven Santa Ana e o técnico Matt Matheny. Como um programa, precisamos ir à frente lembrando que suas ações não são compatíveis com os valores do time de Duke. Determinamos que ele ficará suspenso das competições por tempo indefinido”, declarou o técnico Mike Krzyzewski em nota divulgada na última quinta-feira.

Após a partida, além das desculpas, Allen também conversou com os jornalistas. “Eu fiz uma jogada muito ruim. Eu peço perdão para ele, Santa Ana. Sinto muito aos juízes que tiveram que chamar isso. Lamento muito ao meu time, é egoísta e me levou para longe deles. Eu não estou orgulhoso disso.”

fonte: ESPN

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