Dupla Comerário adere ao Profut, mas dirigentes fazem ressalvas a programa
Comercial-MS e Operário-MS estão entre os maiores devedores de tributos federais no futebol de MS; dirigentes criticam prazo curto e regras rígidas na gestão dos clubes
fonte:globoesporte/ms
Comercial-MS e Operário-MS, arquirrivais dentro das quatro linhas, estão entre os maiores devedores do futebol sul-mato-grossense quando o assunto são tributos federais, como INSS e FGTS. A dívida colorada é estimada em R$ 600 mil, enquanto que a alvinegra gira em torno de R$ 2,9 milhões – incluem-se aí dívidas trabalhistas. Na última segunda-feira, venceu o prazo para adesão dos clubes brasileiros ao Profut, o Programa de Modernização do Futebol Brasileiro. A dupla Comerário protocolou os pedidos dentro do prazo, mas cada dirigente avalia de forma distinta os benefícios que a nova lei traz.
Estevão Petrallas, presidente do Operário-MS, criticou a intromissão do governo federal sobre os clubes, já que o Profut estabelece uma série de contrapartidas na gestão das agremiações.
– O governo entrou com mão de ferro na gestão dos clubes. Sempre defendi que o governo poderia paulatinamente envolver os clubes, dos maiores devedores aos menores. Além disso, existem muitas dúvidas com relação à Lotex, a nova loteria que estão criando. Ainda não sei se o Operário, que está na Timemania, vai poder participar da Lotex. Apesar disso, é um programa interessante, que concede benefícios que outros programas de recuperação fiscal não dariam – diz o dirigente.
A adesão ao Profut tornou-se a única saída para o Comercial-MS disputar campeonatos, por conta da obtenção das certidões exigidas para participar da Série A estadual em 2016. O presidente Ítalo Milhomem lamenta que o governo tenha dado um prazo curto para adesão, e espera que o clube possa se beneficiar futuramente do programa.
– A adesão foi um processo bem complexo, porque a regulamentação da lei foi publicada há poucas semanas. Foi bem corrido, mas conseguimos cumprir todas as exigências. Agora, temos possibilidades de futuramente fazer convênios e parcerias com poder público – afirma.
Tratado como salvação para os clubes brasileiros, o Programa de Modernização do Futebol Brasileiro permite que as agremiações parcelem seus débitos em até 240 meses (20 anos), com 70% de redução no valor das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos legais. Dívidas relativas ao pagamento do FGTS poderão ser parceladas em até 180 meses.
As dívidas dos 100 maiores clubes brasileiros somam um montante de mais de 2 bilhões de reais (2.327.270.796,95). Entre os maiores devedores, já aderiram ao Profut: Flamengo R$ 350 milhões, Corinthians R$ 240 milhões, Atlético-MG R$ 235 milhões, Fluminense R$ 215 milhões e Vasco R$ 200 milhões.