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Goleada leva à tona disputa política no Cene

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Fonte: Gazeta MS Rogério Vidmantas

Noperário fez cinco e poderia ter sido mais no desajustado Cene
 (Foto: Jed Vieira/Gazeta MS)

A derrota sofrida pela Cene para o Novo operário pode repercutir bem
mais que o placar elástico. O 5 a 1 para o adversário foi a segunda
derrota seguida do time no Campeonato Estadual, a terceira se levarmos
em conta a queda para o Cuiabá-MT em casa pela Copa Verde. Com apenas um
ponto, o outrora Furacão Amarelo amarga a zona de rebaixamento e a
crise política do clube ficou ainda mais evidente. Paulo Telles,
vice-presidente, não aceita a parceria feita com o Guaicurus para esse
temporada e está em rota de choque com o presidente, José Rodrigues,
desde que esse passou também a fazer parte da diretoria do Atlético
Sorocaba, equipe que disputa a Série A2 Paulista. Os dois times tiveram
origem com o suporte financeiro da Igreja da Unificação, fundada pelo já
falecido Reverendo Moon.

Logo após a partida deste domingo, Telles, em sua página pessoal no
Facebook, não poupou críticas ao comando administrativo e técnico do
time. “Se te vergonha na cara pega o boné e tchau! Cene 1 x 5
Novo operário, nunca fomos tão humilhados como estamos sendo”, postou. A
mensagem recebeu diversos comentários de apoio, muitos pedindo a troca
do técnico e do elenco e, para essas, Telles respondeu, jogando mais uma
vez a responsabilidade para Rodrigues. “Antes de mudar o elenco temos
que reconhecer a cagada que o presidente fez e colocar as coisas no
lugar certo”.

Em seguida, em outro post, usando a tábua de classificação do Grupo A
para ilustrar, Telles questiona os números do time nestes três
primeiros jogos. “Era essa a campanha que estavam planejando para o Cene
2015? Nem no amador de Jardim [cidade em que o clube teve origem]
ficamos na lanterna”, escreveu e mais uma vez a mensagem recebeu
diversas respostas de apoio. “O Cene não é time disso. Tem que ter
mudança já”, postou o torcedor Samuel Gomes Duarte.

Parceria
Na manhã desta segunda-feira, Paulo Telles não baixou o tom das
críticas. Segundo ele, a parceria com o Guaicurus foi uma decisão
exclusiva do presidente José Rodrigues e é responsabilidade dele agora
tomar uma atitude. “Desde o início não aceitei isso isso, sabia que
seria uma parceria de fracasso e não queria estar certo, mas os
resultados até agora mostram isso. Quando chegaram, disseram que eu era o
problema e eles a solução e agora é derrota e mais derrotas”, disse.

Sem poder de decisão sobre o futebol profissional do Cene, Telles tem
ideia de começar a mudar se fosse diferente e o técnico Ney Magalhães
seria o primeiro a cair. “Ninguém fica no comando de um time após tomar
de 5 a 1 e três derrotas seguidas. Ele está forçando a entrada de
jogadores que não estão prontos e sobrecarregando os veteranos, como o
Márcio, o Naka que deveriam servir como ponto de equilíbrio”. Mas,
segundo ele, nada vai ser feito. “Ainda há tempo de, pelo menos,
escaparmos da segunda divisão, mas o Cene hoje é um clube abandonado,
sem comando e a parceria já mostrou que não foi uma boa ideia”, encerra.

Dentro de campo, Magalhães não deve ter muito tempo para solucionar
os problemas. O time já volta a jogar pelo Estadual nesta quarta-feira,
às 19h, no Estádio Madrugadão, contra o Misto. Depois, no fim de semana,
joga contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, pela Copa Verde e apenas uma
vitória mantém o time amarelo na competição.

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