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MP quer condenação de ex-assessor e ex-secretário da Sejuvel

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O Ministério Público Estadual (MPE/MS), através do promotor de Justiça Fernando Lanza, apresentou no dia 17 de novembro passado na Justiça de Três Lagoas uma Ação de Improbidade Administrativa contra o ex-assessor da Secretaria de Esportes e Lazer – Sejuvel, Nelson Batista Gonzales (Nelsinho) e contra o ex-secretário de Esportes, Walter da Silva Dias (Hulk), requerendo a devolução de R$ 233.653,55 em valores atualizados.

Segundo o promotor, Nelsinho teria recebido indevidamente da prefeitura de Três Lagoas, no período em que foi nomeado Gerente Especial de Gestão de Política Pública e lotado na Sejuvel. Gonzales era ligado ao grupo do ex-senador Delcídio do Amaral na época.

De acordo com o promotor, Nelsinho é o que popularmente denomina-se de “funcionário fantasma”, já que não comparecia ao posto de trabalho mas recebia os salários correspondentes como se assim o fizesse, e tudo isso, com a “conivência e sob o manto protetor do secretário de Esportes Walter Silva Dias”.

A denúncia na época, em junho de 2015, foi feita pelo atual vereador Renée Venâncio (PSD), nas redes sociais e chegou ao conhecimento do Ministério Público que abriu procedimento investigatório que culminou agora na Ação de Improbidade Administrativa contra os dois.

Durante as oitivas das testemunhas e dos acusados das irregularidades, o Ministério Público ouviu ex-servidores da Sejuvel, além dos acusados. O que mais chamou a atenção do Ministério Público foi o testemunho da ex-diretora da Sejuvel e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores de Três Lagoas (PT), Cristiane Lopes.

Segundo Cristiane, que em 2015 era a presidente do PT municipal, ao assumir a presidência do partido teve que se afastar do cargo que ocupava na Sejuvel, e “sempre estanhou o fato de Nelson não estar no serviço, sob alegação de que estaria em Campo Grande; Que na verdade ele nem vinha ao serviço, que ficava em Campo Grande e quando necessário se deslocava a Três Lagoas”.

O teor duro e firme do depoimento de Cristiane Lopes chega ser assustador, tamanha a desfaçatez com que Nelsinho agia dentro da secretaria, inclusive ameaçando outros servidores comissionados de demissão caso não cumprissem suas “ordens”.

De acordo com Cristiane, Nelsinho usava constantemente os nomes do deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB) e do ex-senador Delcídio do Amaral (PT) o que demonstrava sua força política. Cristiane em seu depoimento chega a dizer que, na sua opinião, foi Nelsinho quem nomeou Hulk para o cargo de secretário da Sejuvel, logo após a saída do então secretário Paulo da Paz.

Na ação o promotor é enfático ao dizer que em seu depoimento, o ex-secretário de esportes Walter Dias, o Hulk, mentiu quando defendeu a regular atuação de Nelsinho nas suas atividades na secretaria e, mesmo com os outros depoimentos dizendo o contrário e que o mesmo não comparecia na secretaria e apenas assinava de uma só vez a folha de ponto, Hulk teria defendido Nelsinho e a regularidade de sua participação na secretaria.

Caso sejam condenados, além da devolução dos recursos superiores a R$ 230 mil, o promotor pede ainda a suspensão dos direitos políticos de Nelsinho e Hulk, a proibição de contratar com o poder público e ainda, a perda do cargo de concurso de Walter Dias, que é funcionário efetivo da prefeitura de Três Lagoas desde o ano de 1998, no cargo de fisioterapeuta.

Fonte: Expressão MS

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