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Sem recursos, Circuito Estadual de boxe pode ficar sem definir campeões

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A Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul (FDBMS) não tem recurso financeiro para realizar a última etapa do Circuito Sul-mato-grossense de Boxe 2016, que era para ocorrer em dezembro. Diante da situação, a entidade pretende recorrer à Fundação Municipal de Esportes (Funesp) e à Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte). Caso não seja atendida, a temporada corre o risco de não ter campeões definidos, após onze edições consecutivas do torneio.

Sem os campeões, os maiores prejudicados serão os pugilistas. As lutas valem pontos para o ranking estadual, que define a seleção sul-mato-grossense nas disputas nacionais. A Federação de Boxe tem até o dia 28 de janeiro (último sábado do mês) para finalizar o torneio, já que a temporada 2017 começa em fevereiro, com a Copa Primeira Hora.

O presidente da entidade, Marcelo Nunes, lamenta a situação do boxe olímpico brasileiro. Das três etapas do Circuito previstas para o ano passado, apenas uma foi realizada. “Nossos projetos não foram aprovados, alegaram que houve mudanças na lei que regulamenta os convênios. E, sem apoio fica difícil”, diz Nunes.

Uma única etapa do Circuito foi realizada em outubro, na Capital, reunindo 112 competidores de oito municípios. As lutas foram divididas em 18 categorias nas classes Elite, Juvenil e Feminino. Para a segunda etapa (que segue indefinida) são esperados 120 atletas – haverá também lutas no Infantil e no Cadete.

RANKING

Sem os resultados finais do Circuito Estadual, os lutadores terão apenas o Campeonato Estadual 2016, realizado em agosto, para somar pontos no ranking em MS. Atual campeã estadual, a meio-médio- ligeiro, Aline Santana, espera contar também com os pontos do Circuito.

“É uma situação difícil. Se não tiver luta, não tem campeão. Precisamos de títulos para o currículo, são os títulos que nos credenciam para lutar fora do Estado”, diz Aline, que conquistou o ouro da categoria até 64 kg, na primeira etapa do Circuito.

Eleita a melhor boxeadora feminina da temporada 2016, Aline passou por momentos difíceis na carreira. Ficou dois anos afastada do ringue, desanimada pela falta de apoio. ” Não tem como se dedicar ao esporte e trabalhar em outra profissão. Eu vivo só de luta, e os prêmios com as bolsas não são suficientes”, lamenta a pugilista.

SOCIAL

O presidente da Federação de Boxe, Marcelo Nunes ressalta a importância do boxe olímpico, geralmente desenvolvido na periferia. Em 2016, as competições reuniram 462 pugilistas no Estado, sendo 270 da Capital. “O boxe olímpico é um esporte amador. É preciso entender que o esporte amador é um meio de desenvolver o ser humano. Ele educa, proporciona a saúde, a disciplina”, destaca.

Se a última etapa do Circuito Estadual 2016 não for realizada, o dirigente lembra que será a primeira vez em onze edições que o torneio ficará sem definir os campeões.

Correio do Estado por Rafael Bueno
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